sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Quando se insiste na resposta errada

Vítor Cunha respondeu-me. E respondeu-me reformulando a pergunta usando uma linguagem mais objectiva e concisa, o que é muito útil. Só que Vítor alterou a pergunta.


O problema é que ele se esqueceu da proposição “de”. A reformulação correcta seria “poderemos afirmar que o número de grupos diferentes de A é [inferior/superior/igual] ao número de grupos diferentes de B.” 

Ah, mas retira-se pelo contexto e pelo espírito da pergunta e outras merdas. Lamento, a pergunta está mesmo mal formulada. É possível constituir muito mais grupos de B do que de A. O resto são tretas de quem não quer reconhecer que a pergunta é, vá lá, sejamos simpáticos, muito infeliz.

PS Vítor Cunha diz ainda que se alguém pensou como eu pensei é porque "já se esqueceu que o grupo A é composto por 6 elementos e o B, consequentemente, por 11 elementos." Obviamente que tal é um disparate. A resposta que eu dei depende crucialmente de o conjunto B ter mais elementos do que o conjunto A.

6 comentários:

  1. Até pode ter alguma razão, mas se fosse só essa pergunta mal formulada que os Professores tivessem errado, muito bem estávamos nós. A verdade é que 30% chumbou - secalhar a maioria falhou essa, mas teve de falhar muitas outras também!
    Para mim, essa não era óbvia (infelizmente quando fui fazer o teste já tinha lido um artigo de jornal que dizia essa e mais uma resposta), mas ainda assim - excluindo as duas perguntas cuja resposta eu já sabia - tive 83%. Ainda que tivesse falhado as duas com maior nº de respostas erradas, teria passado, certo?
    Portanto lamento, mas só quero a ensinar os meus filhos alguém que saiba mais do que eu... E os professores deles também fazem demasiadas vezes enunciados cripticos que não me são óbvios - é um péssimo hábito português.

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    1. "Até pode ter alguma razão, mas se fosse só essa pergunta mal formulada que os Professores tivessem errado, muito bem estávamos nós. A verdade é que 30% chumbou - se calhar a maioria falhou essa, mas teve de falhar muitas outras também! "

      Catarina, está a comentar o que não escrevi. Eu não me manifestei contra a prova e não estou a discutir as outras perguntas, até porque nem as li. Eu estou apenas a comentar uma pergunta em concreto e a dar a minha opinião sobre ela.
      Ainda num teste que dei há três semanas, uma das perguntas do teste estava mal formulada. O que há a fazer nessas situações é garantir que o prejuízo é o menor possível. Não é fingir que o erro não existe. É só isso.

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    2. Ok Luís, amigos como dantes!

      Eu nem consigo pronunciar-me sobre a pergunta em profundidade, porque tive no ensino estrangeiro e "grupos" matemáticos não sei o que sejam. Também por isso a pergunta não me foi óbvia, mas não posso dizer se por incapacidade minha, se por erro do redactor.
      Mas, em todo o caso, encorajo-o a ver o exame como um todo, porque naturalmente apesar dos lapsos em questões particulares, não é assim tão díficil quanto os sindicatos (e alguns posts particulares em blogs :-) ) o querem fazer parecer! (eu sei que não se pronunciou sobre a prova toda, mas a impressão que fica é que através de uma pergunta, critica o conjunto delas - não me leve a mal.)
      Já agora, por curiosidade, como garantiu que o "prejuízo é [foi] o menor possível"?

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    3. No caso, corrigiu-se a pergunta durante o teste. Depois, para garantir que os alunos que perderam mais tempo com uma pergunta mal formulada não fossem prejudicados teve de se alargar o tempo previsto para fazer o teste de forma a que a questão do tempo não fosse uma restrição activa (binding constraint em estrangeiro).

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    4. "eu sei que não se pronunciou sobre a prova toda, mas a impressão que fica é que através de uma pergunta, critica o conjunto delas - não me leve a mal."

      Obviamente que eu não levo a mal. Mas em parte dos meus dois textos, ou até dos comentários, é que eu fui além desta pergunta em concreto (exceptuando uma breve alusão à pergunta do tipógrafo)?

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  2. Caro Luís,

    Não vale a pena tentar convencer o vitordascunhas a assumir um erro. O rapaz é teimoso que se farta. A analisar gráficos, então, é de chorar por mais... Repara que estás a tentar convencer uma pessoa que, em última análise, diz que não interessa se a prova ou as suas questões provam alguma coisa, quanto mais se ela ou elas estão bem formuladas. Ou seja, para ele não interessa que a prova que permite que "meia-dúzia" de professores possam ou não concorrer para dar aulas seja um completo absurdo: o que interessa, na visão do rapaz, é que o empregador criou uma prova e, boa ou má, bem ou mal formulada, ela tem de ser feita e ai de quem dela discordar.

    Mas temos que ser sérios nestas questões: a prova, além de ter erros, é uma afronta para qualquer profissional que pretenda ver as suas capacidades/conhecimentos/aptidões avaliadas.

    Deixo aqui uma pergunta: será justo dizer que um professor que passe nesta prova está apto a exercer a docência? Da mesma forma, é absurdo considerar que quem nela reprova não deve poder ser professor.

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